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Turismo de Base Comunitária

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QUINGOMA: UM KILOMBO AFROINDÍGENA CONTEMPORÂNEO.

Na primeira cidade do Litoral Norte há uma comunidade que nos impressiona pelos seus mistérios, encantos e belezas. Ela guarda marcas das principais tradições ancestrais que nos constituem: A africana e indígena.  O Quilombo Indígena (reúne as duas matrizes no mesmo local) do Quingoma, que está localizado no município de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador. Embora observemos uma fauna e flora típicas da Mata Atlântica, a área é classificada pelo IBGE (2010) como “Área urbanizada de cidade”, em virtude da intensa especulação imobiliária que vem afetando a localidade na última década e que tem descaracterizado a realidade sociocultural. Porém, nesse sagrado território Bantu-Tupinambá as práticas e saberes Quilombolas e indígenas resistem e (re) existem enredando-se  pelos incertos caminhos da História.

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A primeira parada do Roteiro Turístico é na Casa do Samba onde os visitantes aprendem com os quilombolas, aspectos da História do Quilombo. Além disso, vivenciam a prática do Samba de Roda, uma tradicional atividade dos Quilombolas

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Na segunda parada do roteiro, os turistas visitam a Feira de Agriculta Familiar onde eles interagem com os feirantes e compram os produtos da região, movimentando a economia local.

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A terceira parada é na Reserva Thafene onde os excursionistas e turistas tem o privilégio de vivenciar uma apresentação do Toré realizada pelos Kariri- Xocó e Fulnio. Eles também  participam de uma roda de diálogos mediada pelo líder da Reserva Tháfene, o indígena Wakay Fontes. 

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Nesse espaço ecumênico de Dona Ana, reconhecida como matriarca do Quilombo, fala sobre as histórias do Quilombo antigo, além disso os turistas são contemplados com a belíssima apresentação das Beijuzeiras de Areia Branca, no qual elas retratam por meio da dança, poesia e música, o modo de vida tradicional.

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A terra onde hoje está localizada o Quilombo indígena foi primeiramente habitada pelos povos indígenas Tapuias e Tupinambá.  Vale destacar, que muitas destas comunidades ao longo do período colonial foram dizimadas ou escravizadas pelas forças bélicas de Garcia D´Ávila, em prol do projeto colonial, porém marcas destas culturas foram eternizadas, um exemplo disso são os nomes de importantes bairros de Lauro de Freitas que nos remete a ancestralidade ameríndia (Ipitanga, Itinga, Caji, Picuaia etc.). 

Na contemporaneidade constatamos que além das famílias quilombolas, há a presença das etnias KaririXocó e Fulni-ô, que há mais de 20 anos fundaram a Reserva Thafene, um espaço sagrado de cooperação e solidariedade no qual os indígenas praticam diversas manifestações culturais como a produção do artesanato, o toré, a contação de histórias, a dança das onças etc.  Ao longo do ano, sobretudo no mês de Abril, eles recebem visitantes de diversas partes da Bahia, especialmente estudantes e pesquisadores. 

Já a presença negra também veio de tempos imemoriais. De acordo com os "mais velhos", a formação do Quilombo nos remete ao longínquo século XVI, com a chegada dos primeiros agrupamentos de africanos da etnia Bantu, inclusive a palavra Quingoma é um termo Bantu que significa “liderança do atabaque” ou liderança religiosa que se exprime por meio dos atabaques. 

Tal expressão é fruto da junção do Quengo (cabeça, inteligência, talendo) com Ngoma (atabaque). A nomeclatura expressa também uma cidade que se localiza no continente africano na província do Zaire. Durante o Período Colonial, os negros trazidos da África chegaram à região para trabalhar como escravizados nos vários engenhos que se formaram ao longo do Litoral Norte. Como não suportavam o sistema de exploração e a negação da sua identidade cultural, fugiram para comunidades de resistência que se formaram nas redondezas da antiga Freguesia de Santo Amaro do Ipitanga, atual Lauro de Freitas. Foi neste contexto de luta, resistência e esperança que se formou o Quilombo. 

Na atualidade, o Kigoma enfrenta muitos desafios. Famílias numerosas chefiadas,em sua maioria, por mulheres, que mesmo com baixa renda e escolaridade, lutam pela preservação do território e manutenção da cultura local, enfrentando ,diariamente, um Estado historicamente racista, machista e ineficiente, pois não assegura necessidades básicas, tais como: promoção de moradia adequada, saneamento básico, segurança, saúde, educação, justiça social e trabalho. 

Na dissertação “Vozes do Quingoma” da minha autoria, busquei identificar e também analisar as práticas sociais locais. Assim, constatei um conjunto de tradições quilombolas e indígenas, materializado pelo samba de roda, maculelê, capoeira, danças afro, toré e contação de histórias, além de uma tradicional economia de subsistência. (agricultura familiar; extrativismo e criação de animais) Logo, apontamos que um dos caminhos para o desenvolvimento local sustentável é a implementação de políticas públicas que possam gerar renda e inclusão social, valorizando o rico patrimônio histórico, cultural e ambiental daquela que é umas da comunidades mais extraordinárias do Brasil. 

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